Novidades

Atividade brasileira avança 1,6% no trimestre encerrado em agosto

Expansão é com relação aos meses de março, abril e maio, mostra pesquisa do Ibre- FGV; na comparação anual, o PIB cresceu 1,9%, puxado pelo aumento dos investimentos em máquinas

A economia brasileira voltou a apresentar crescimento entre junho e agosto (+1,6%), contra trimestre imediatamente anterior, quando o Produto Interno Bruto (PIB) havia registrado queda de 1,0%

Contra igual período de 2017, o PIB subiu 1,9%, acelerando ritmo de alta ante os meses de março, abril e maio (+0,6%), segundo o Monitor do PIB do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), divulgado ontem.

O pesquisador do Ibre, Claudio Considera, afirma que os resultados pelo lado da oferta (agropecuária, indústria e serviços) e da demanda (consumo e investimentos) também vieram “muito bons”, frente ao cenário de incertezas políticas que o País passa e após dois anos de recessão.

“Essa melhora não tem a ver com o possível resultado das eleições. Mas, sim, com a aposta das empresas no crescimento da economia”, ressalta Considera. “É diferente do mercado financeiro que está eufórico com o Bolsonaro [Jair, candidato à Presidência pelo PSL]”, acrescenta.

“O pensamento de quem está do lado economia real é: as coisas precisam continuar funcionando e eu vou investir apostando na expansão do PIB nos próximos meses”.

A Formação Bruta de Capital Fixo [FBCF, investimentos] registrou alta de 1,1% entre junho e agosto, na margem (contra trimestre imediatamente anterior), e de 3,7% na relação anual. Nessa mesma base de comparação, os investimentos em máquinas e equipamentos avançaram 10%, puxados pelas importações (+10,7%). Já aportes realizados com máquinas nacionais avançaram 9,8%.

A construção civil, por sua vez, chegou a crescer 0,5%, depois de cinquenta quedas consecutivas nessa mesma base de comparação. “Esse desempenho da construção civil continua sendo muito impactado pela crise fiscal dos governos. Eles estão quebrados”, comenta o pesquisador do Ibre.

O professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Eduardo Mekitarian, reforça que os números do Monitor do PIB indicam um cenário mais positivo, o que surpreende, diante do ano difícil em termos políticos, econômicos e sociais. “Mas não podemos esquecer que o nosso crescimento ainda é baixo. Estamos passando por uma leve recuperação da economia”, afirma Mekitarian.

O sócio da Méthode Consultoria, Adriano Gomes, avalia que um discurso mais liberal na economia tem gerado um ânimo maior nas empresas, as quais, diante de uma perspectiva de mais oportunidades em 2019, começam a investir.

Demanda
Já o consumo das famílias registrou expansão de 2,0% no trimestre encerrado em agosto, na comparação anual, impulsionado pelas compras de bens duráveis (como automóveis, eletrodomésticos), que avançaram 8,9%.

Os não duráveis cresceram 1,4%, ao passo que os semiduráveis recuaram 0,5%. O consumo de serviços, por sua vez, registrou aumento de 1,1%.

Na avaliação de Considera, o crescimento do consumo ainda é reflexo de medidas federais como a liberação do FGTS, no ano passado, e a autorização para saques do PIS/Pasep este ano. “Isso ajuda a reduzir a inadimplência das pessoas e, com isso, elas retornam ao mercado de crédito, podendo entrar em novos financiamentos para comprar automóvel, geladeira, etc”, diz Considera.

Pelo lado da oferta, houve expansão na comparação anual na agropecuária (3,7%), indústria (2,2%) e serviços (1,6%). Entretanto, na indústria, os setores de extrativa mineral (-1,0%) e construção (-0,1%), apresentaram taxas negativas, embora melhores do que no trimestre anterior.

Considera avalia que o crescimento da agropecuária está relacionado com o bom desempenho das safras agrícolas voltadas, principalmente, para a exportação. Já o avanço da indústria, diz ele, tem sido puxado pelo consumo interno.

“A elevada taxa de desemprego, por sua vez, continua limitando o crescimento dos serviços”, afirma Considera.Outros dados do Ibre mostram que a exportação cresceu 0,6% no trimestre encerrado em agosto, na comparação interanual. As contribuições positivas vieram das exportações de produtos agropecuários, bens intermediários e bens de capital. Os demais grupos de produtos apresentaram contribuições negativas. Já a importação cresceu 10% no trimestre móvel findo em agosto, puxada pela compra de bens intermediários e de capital.

Fonte: Instituto Aço Brasil

Solicite um orçamento

Preencha corretamente os campos abaixo, ou entre em contato por: