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Produção de aço sobe 20% até maio; venda interna cresceu 46%
As siderúrgicas do país vêm operando com produção recorde desde o início do ano, buscando atender a demanda dos consumidores locais de aço. Tanto que já trabalham a revisão das projeções de volume para o ano que foram feitas em novembro de 2020. “Na produção de aço bruto e nas vendas internas, as estimativas são de ao menos dobrar os percentuais de 6,7% e 5,7% de crescimento, respectivamente, que foram anunciados em novembro”, disse ao Valor o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
Segundo Lopes, essa revisão se dá em função das novas estimativas do PIB brasileiro, que deverá ficar acima de 5%, puxando o aquecimento da economia do país. E também em razão da alta de consumo por parte dos setores consumidores de aço – construção civil, automotivo, bens de capital, linha branca e outros.
Outro fator, diz, é a recomposição de estoques na cadeia consumidora e também a formação de estoques defensivos por parte de clientes receosos de mais volatilidade do mercado, principalmente por causa da alta de commodities.
A indústria, disse Lopes, vem operando com 73% de utilização da capacidade, produzindo acima dos volumes de antes da pandemia. Todos os altos-fornos foram retomados (Usiminas anunciou mais um esta semana) e unidades que estavam paradas de Gerdau e Arcelor Mittal (Paraná e Rio de Janeiro) serão religadas no segundo semestre, conforme comunicado das duas empresas.
Alguns setores, como máquinas e equipamentos e construção civil, ainda reclamam de dificuldades de abastecimento e dos preços e falam em buscar mais importações. (ver texto abaixo)
Em maio, segundo dados do Aço Brasil divulgados ontem, a produção de aço bruto cresceu 40,1% ante um ano atrás. Foi o melhor resultado para um mês desde outubro de 2018, destacou. Foram produzidas 3,16 milhões de toneladas. No acumulado do ano, atingiu 14,94 milhões de toneladas, aumento de 20,3%.
O consumo aparente de produtos siderúrgicos – soma de vendas internas mais importados – foi de 2,5 milhões de toneladas, com alta de 83% no mês. De janeiro a maio, o crescimento foi de 50,7% na mesma base de comparação, somando 11,5 milhões de toneladas.
Outro indicador, as vendas das siderúrgicas locais, avançaram 73,9% ante maio do ano passado, somando 2,1 milhões de toneladas. No ano, somam 10 milhões de toneladas (mais 46,4%). Há que se considerar que em maio de 2020 o país estava mergulhado na crise da pandemia de covid-19, com grande parte da economia do país paralisada. O mês crítico foi abril.
“As siderúrgicas começaram a reativar unidades, paralisadas no auge da crise, em maio e desde junho vêm aumentando a produção mês a mês. Os dados mostram que as siderúrgicas estão produzindo e pondo no mercado interno mais aço do que a demanda de antes da pandemia”, disse Lopes.
Segundo o Aço Brasil, as importações cresceram expressivamente em volume no mês passado. Foram importadas 550 mil toneladas – alta de 267,7% sobre maio de 2020. Houve maior crescimento na importação de aço longo, com 140 mil toneladas em maio e 462 mil em cinco meses. “O mercado vem sendo abastecido, com aço local e importado”, disse. De aço plano, longo e outros entraram 2 milhões de toneladas no ano – mais 128%.
Fonte: Aço Brasil